Não, não estou a falar de um homem. É estupidamente espantoso, mas estou mesmo a falar de um vestido de noiva. Mas não é só mais um vestido de noiva; para mim, é "O" vestido de noiva. O meu vestido de noiva. E esta é mais uma das minhas capacidades: o facto de eu não ter aquilo que desejo, mas já dizer que é meu. Este vestido que vêem na fotografia acima é, provavelmente, "mais conhecido que chocolate". É produto da estilista Pnina Tornai e quem vê regularmente o canal TLC, com o programa "Say Yes To The Dress" sabe porque identifico este vestido como muito, muito conhecido - em palavras mais corretas. Desde que vi pela primeira vez o programa de TV a que acima fiz referência, acho que nunca, outrora, vi um vestido ser escolhido como "o tal" por tantas noivas. Assim sendo, eu caraterizo-me como uma pessoa que não gosta de ser mais "um cromo repetido" - querendo com isto dizer que não gosto de usar tudo aquilo que toda a gente usa, só porque está na moda, porque é sinónimo de estilo e de artigo "fixe". Sou mais aquele tipo de pessoa com gostos, muitas das vezes, estranhos e pouco compreendidos por quem me vê e não conhece - isto desde há uns anos para cá. Mesmo assim, apaixonei-me por este vestido desde o primeiro segundo em que o vi. Quero dizer, sim, eu sei que todas as noivas o escolhem, que todas as noivas choram por ele, algumas pela felicidade de o ter, outras por não o poderem ter; mas não é que mesmo assim, morro completamente de amores por ele? Quer dizer, eu acho que os vestidos de noiva, para as mulheres, funcionam mais ou menos como o amor e homens: existem milhões no mundo, todos diferentes, todos especiais à sua maneira, mas só um e aquilo que esse é como pessoa, nos encanta, nos apaixona e nos faz enlouquecer. Embora eu nunca tenha experimentado o dito cujo, já o amo como se ele fosse "o tal". Ora, isto será alguma doença? É que talvez isto seja muito mau, na medida em que se eu alguma fez tiver a oportunidade (e o privilegio) de o vestir, o meu corpo não faça dele o vestido mais lindo que vi na vida. Sim mulheres, vocês sabem bem: as roupas parecem espetacularmente perfeitas nas montras; mas depois no corpo...ui, ui. É quase que como levar uma chapada de luva branca. A desilusão parece instalar-se nos poros, e lá vamos nós embora do Centro Comercial, com vontade de não entrar numa loja de roupa nos próximos 10 anos de vida. A verdade é que na semana a seguir voltamos lá, mas isso agora não importa nada, não é? Sim, pois. Mas agora a sério (e contornando o assunto): ele (o vestido) não é mesmo perfeito? Vestido de princesa (o chamado "ball gown", em Inglês), com decote em coração, todo ele em cetim, revestido de diamantes Swarovski...que pode uma mulher pedir mais? Para além disto, o que uma mulher poderá eventualmente (querer) pedir será...efetivamente...dinheiro para o comprar - mas, inocentemente, acreditemos que o dinheiro é o último aspeto em que pensar. Eu só sei que o amo (ao vestido); só sei que o venero e que o quero. No meu corpo, assentando lindo, perfeitamente e maravilhoso, no dia do meu casamento, conjugado com uma boa maquilhagem, um penteado trabalhado, uns sapatos fantásticos, uma boa depilação (não menos importante, claro) e uma bijutaria simples e nada exagerada - e nem quero falar do anel de casamento porque se não quase vai dar outra mensagem...Se eu sonho? Ai se não sonho. Sou uma sonhadora nata; e eu disse-o no último texto que vos escrevi, certo? Pois, agora percebem como não exagerei em nada. A verdade é que eu sou uma mulher; qual é a mulher cujo maior sonho não é ter um casamento memorável? E a primeira associação feita ao casamento, é o vestido que levaremos. Sempre. A nossa família (e, consequentemente, a do nosso noivo) de olhos postos em nós, na forma como desfilamos na igreja, tipo passarela, com um vestido de cauda (quase) maior que um prédio de sete andares...parece uma visão assustadora, o que nos incentiva a estarmos perfeitas. E sim, perfeitas. Mas bem, tudo isto para vos apresentar aquele vestido com que me quero casar. E ao meu namorado eu já o apresentei há coisa de um ano, ano e meio. Parece-me que ele até achou o vestido girito...quando eu lhe disse, como quem não quer a coisa, que este lindo (e maravilhoso) vestido custa qualquer coisa como mais de 8,0000 euros, tive a ligeira impressão que ele só não disse para me casar de pijama, porque sabia que o matava se o dissesse. Sei, no entanto, que o pensou ou, então, pensou em algo bastante semelhante. Algo como...me casar com o vestido que, no ano passado, levei à Passagem de Ano. Homens...homens são mesmo assim, não é? Não percebem nada da coisa. Por eles, casavam-se de calçãozinho de praia. Enfim...maus entendedores. Mulheres foram criadas mesmo para isto: para pôr ordem na coisa e para tornar tudo mais bonito!
O nosso sonho é casar. Casar lindas de morrer, com um anel perfeito...e com o homem perfeito (para nós). Mas não lhes digam!! Porque se não, nunca mais se calam e ficam extremamente chatinhos.
Sejamos felizes. Isso sim.
Um bem-haja!
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